sábado, 3 de junho de 2017

Poema direto IV

Quero a mala com seus enigmas
Quero a mala com suas cédulas tantas
Quero amá-la
Com mala ou sem mala
Quero amá-la indo e vindo
Na minha aldeia
Nos meus caminhos
No meu poema
No meu corpo
Quero amá-la no silêncio que se fez
No qual a mala se oculta
Quero amá-la no barulho dos fonemas
Transitando nos poemas que lhe destino pelo vento
Conhecedor do teu corpo. (02/06/17)


quinta-feira, 1 de junho de 2017

Poema direto III



A mala vai
E vem
Passa de mão em mão
Oculta- se
Exibe-se o mistério
Vozes se calam
Culpas se erguem
Delações se tecem
Caem no silêncio
E a tal mala não se mostra
Nem se abre
Fazendo o enigma persistir. (28/05/17)



Poema direto II

mala vai
mala vem
só a minha que não vem
quando virá minha mala sem mistérios?
Minha mala nada oculta
quase tudo guarda
o que se oculta não é dinheiro
no bolso do meu terno dileto
o que se oculta é a amante que não tive
que me foi dada nua em fotografia
quando abro a mala ainda vejo
seu corpo em preto e branco
encostando-se nos poemas que abandonei.(26/05/17)

Poema direto I

amá-la quero
a mala do mistério
custa-me mais
causa-me mais medo
que amá-la indo
ou amá-la vindo. (25/05/17)



Cilada

A serpente dourada voava acima dos amantes
devorava frutas
tecia armadilhas enquanto voava
os amantes do Éden nem imaginavam
mas sabiam que seriam tentados
não sabiam se iriam resistir
nada sabiam das armas e defesas
ainda eram desprovidos do conhecimento
que nos conduz aos braços da morte
e eles tropeçaram  e ainda hoje
a tal serpente ri por todo ocidente
conduzindo outros tantos à queda. 


trovas

Caí no teu esquecimento
na rua nem me notas
acho que não tens nenhum sentimento
és indiferente até às minhas marmotas.


Melisa  por onde andará?
onde ela estiver espalha beleza
sua fala diz a todos os ventos  que não se acabará
minha paixão por ela isso é que é certeza.


Hoje canto com Nossa Senhora
me acompanha seu canto de amor
que alegra bem  mais minha alma nesta hora
levo seu magnificat por onde eu for.


Tua boca era minha tu me dizias
Hoje vendo tua boca em outra boca
Recordo  sem alegrias
Que tinhas a cabeça oca.


Trago para minha trova Maria Santíssima
Minha justa advogada no céu
Se na terra algum dia eu for réu
Socorrei-me também minha mãe justíssima.