sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

Bela dona

dá-me tua cona
bela dona
não pensarei que és imunda
até beijarei a tua bunda

bela dona
farei segredos da tua cona
neste vasto mundo
no íntimo mais profundo

bela dona
bela bunda tens
vê se não me abandona
por alguns vinténs

bela dona
dá-me tua cona
a bunda que tu tens
tu dás a outro por alguns vinténs.  (09/10/17)




Do meu lugar

o céu partiu-se ao meio
vi-o dividido
anjos ungiam povos
vi tudo isso do meu lugar
meu cálice de sofreres estava vazio
não havia bebidas nas garrafas próximo a mim
vi a salvação ocorrendo
a misericórdia se estendia a todos
vi isso do meu lugar
o livro santo estava fechado
a revelação ficou diante dos meus olhos
aí eu disse ao anjo da minha direita:
_ posso acordar agora?
farei silêncio pelo resto dos meus dias
o anjo tocou meus olhos fechados
e o grande sono findou. (10/11/17)




Queixume

não me queres como teu poeta
não te  permites ser minha musa
mas queres que eu te recites versos
nos saraus exiges minha voz com poemas
vens a mim com teu amado
reiterando o que eu já sei
e o que eu já sinto
olho-te ciente de tudo
e tu te vais convicta de que me  deixaste cativo. (16/11/17)



Sem nada de mim

teus olhos grandes nem me veem
teus olhos grandes neste teu rosto
encaram o vento sem nada de mim
nas tuas narinas não ficou o cheiro
do meu perfume dileto
nos teus ouvidos nem minha voz ficou
como é triste saber que tu existes
sem nada de mim. (27/11/17)


Desejo

tu ti vais não duvido
e nem um beijo vais me dar
pedes-me tantas coisas
mas eu só desejo que fiques na minha poesia
transitando nos cômodos da minha saudade
desnuda com os teus cabelos ao vento
sem deixar de habitar a minha memória. (22/11/17)