segunda-feira, 1 de janeiro de 2018

Ah morena!

Ah se fosse minha!
Ah se fosse nossa!
Só não pode ser vossa
Essa morena que desce o beco
Rebolando o que lhe pertence
Sem querer dar para ninguém
Ah morena sem coração!
Eu cá em deleite por vê-la passar
E ela nem sabe
Se sabe não me dar atenção. 

Como bananas



a ação
delata
dilata
delata
na lata
aquece
a dele
a dela
a delação
proposta
pelos poderes
que apodrecem
como bananas. 

Tua certeza

indaguei se ainda ias me ver
respondeste-me tal qual o corvo
o black bird de Allan Poe:
-nunca mais
cobri o rosto com as mãos
afaguei meus olhos com os dedos
guardei as mãos nos bolsos
e segui meu caminho duvidando da tua certeza. 



Por um momento



Zangaste-me ontem
Não me foste sincera
Andei pela casa
Fui a janela e respirei intensamente
Enquanto olhava a rua
Senti-me mais calmo
E por estar calmo
Entendi que nem a verdade
Eu tenho o direito de cobrar-te.